Pois bem, os Jogos Olímpicos de Londres chegaram ao fim.
Esqueçamos o quadro de medalhas, se o usarmos como instrumento de análise,
teremos de lançar mão a várias variáveis e um turbilhão de explicações/subterfúgios
possíveis não vão ajudar a mascaram o óbvio: que somos uma nação constituída em
sua maioria por pessoas mentalmente desequilibradas (“pipoqueiros”, mesmo).
Os
competidores brasileiros são apenas um reflexo de como age toda a nação em seu
cotidiano. Culpá-los pelo fracasso é como xingar o cobrador do ônibus pelo
preço da passagem ou pela qualidade da frota viária. Quantas vezes as equipes
ou atletas brasileiros tiveram a chance de vencer, mas por um revés no meio da
partida, não tiveram a capacidade de reverter a situação? Nossa capacidade de
reação frente a adversidades é quase nula, só conseguimos nos dar bem quando a
situação é extremamente favorável.
Alguém
realmente acha que se o momento não fosse bom, Lula teria sido um bom
governante? Qual a educação que ele recebeu para isso? (Veja, não estou falando
sobre ter ou não ter ensino superior). Seja qual for a vocação de uma pessoa,
seja ela a de liderança ou de conduzir bem uma bola de futebol, ela tem de ser
amparada pelo bom desenvolvimento dos potenciais latentes do ser humano. Estou
falando de atenção, concentração, inteligência (física, intelectual e
EMOCIONAL), criatividade, entre tantos outros.
A
educação tal qual a concebemos atualmente nas escolas está muito longe de nos
ensinar essas coisas. E nem mesmo esta que aí está recebe os investimentos adequados.Para
isso, há de se mudar urgentemente a noção de progresso que hoje está em voga.
Conceito este que está intimamente atrelado ao poder financeiro e ao consumismo
(é para isso que as pessoas se preparam: para saber aquilo que lhes dará mais
dinheiro). De que adianta dizer agora que a maioria da população brasileira é
pertencente a classe média, se o principal índice objetivo disso é o aumento
estratosférico de pessoas obesas, sobretudo as crianças?
Colocar
dinheiro na mão de pessoas mal-educadas (de acordo com o conceito supracitado, independente da classe social)
é totalmente contraproducente. Quanto mais dinheiro, mais se gasta, e apenas
com “bens” de consumo. O resultado é uma nação composta por famílias mal estruturadas, ora sem a mínima condição, nem para nutrir a prole, ora com filhos obesos, que literalmente cagam e andam para o que deve realmente ser
feito, e que, no máximo, ajudam a manter nosso “status” de nação com mais horas
por mês nas redes sociais (belo título, hein!).
Alias, como escreveu certa vez Carlos Heitor Cony: “Sem poupar a verdade, a honra alheia, a decência mínima que
todo o cidadão deve cultivar, a internet está servindo como cloaca de
ressentimentos, inveja, calúnias,
impotência existencial, fracassos profissionais, constituindo-se numa mídia
clandestina e irresponsável, onde vale tudo.” Certamente não é neste
meio que encontraremos a educação necessária para mudar alguma coisa.
Não
tenho dúvidas de que existem pessoas muito boas, que enxergam todo o cenário,
mas como disse Martin Luther King: “Para que o mal vença, basta que as pessoas
boas não façam nada” e o que eu vejo ao meu redor é exatamente isso, nem mais
nem menos. Pessoas realmente boas, que dizem saber o que é certo fazer, mas não
fazem nada. Daí, um ou outro posta uma charge (tem de ser charge, porque se for
texto ninguém presta atenção) falando sobre alguma corrupção do governo no
Facebook, e acha que está fazendo seu dever como cidadão, sem se dar conta de
que ele mesmo já está corrompido há tempos. Não me excluo do contexto, mas estou tentando.
“Sou
brasileiro, não desisto nunca” (?). Mal conseguimos reconhecer que a renúncia é um dos nossos maiores vícios. Entre atletas e obesos, se continuar do jeito que está, seguiremos "pipocando na missão".
Um comentário:
Grande líder!
Nesse mundo onde as pessoas estão se tornando verdadeiros miseráveis, fica difícil imaginar um mundo melhor...
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